Astrônomos descobrem energia que desafia teorias do universo
Os astrônomos acabam de identificar um enorme jato de energia no universo primitivo, desafiando as ideias atuais sobre a formação dessas estruturas. Esse jato, que se estende por impressionantes 200 mil anos-luz (o dobro do tamanho da Via Láctea), foi formado quando o universo tinha menos de 1,2 bilhão de anos, ou seja, menos de 10% da sua idade atual, estimada em 13,77 bilhões de anos.
A descoberta coloca em xeque a noção de que apenas buracos negros supermassivos poderiam gerar jatos tão grandes. O objeto, chamado J1601+3102, está ligado a um quasar (um núcleo galáctico extremamente brilhante) que possui um buraco negro de “apenas” 450 milhões de vezes a massa do nosso Sol, um tamanho relativamente modesto para um objeto capaz de produzir um jato dessa magnitude.
O que são jatos de rádio e por que essa descoberta é importante?
Jatos de rádio são estruturas formadas por feixes de partículas altamente energizadas e campos magnéticos, expelidos de buracos negros a velocidades próximas à da luz. No universo atual, eles são relativamente comuns, mas registros de jatos tão grandes em uma época tão antiga do universo são raros.
Os cientistas acreditam que a baixa quantidade de jatos gigantes no universo primitivo pode estar ligada à radiação de fundo cósmico de micro-ondas, um tipo de “ruído” que pode dificultar a detecção de estruturas como essa. Isso torna a descoberta do J1601+3102 ainda mais notável, pois ele é um dos poucos jatos conhecidos dessa época.
Como os cientistas encontraram esse jato?
A detecção inicial foi feita por meio do Telescópio de Matriz de Baixa Frequência (LOFAR). Depois, mais detalhes foram coletados com o Espectrógrafo de Infravermelho Próximo Gemini (GNIRS) e o Telescópio Hobby Eberly, que confirmaram a idade e a dimensão da estrutura.
Como ele se compara aos maiores jatos do universo?
Embora impressionante, o jato de J1601+3102 ainda está longe de ser o maior já registrado. Em 2023, cientistas identificaram a megaestrutura chamada Porphyrion, que tem impressionantes 23 milhões de anos-luz de comprimento, mais de dez vezes o tamanho do jato recém-descoberto. No entanto, como estamos observando J1601+3102 em um estágio inicial da sua evolução, ele pode ter crescido ainda mais ao longo do tempo.
O que essa descoberta muda?
Ainda há muitas perguntas sobre como esses jatos se formam e qual é o papel deles na evolução das galáxias. Sabe-se que eles influenciam o crescimento das suas galáxias hospedeiras e podem afetar outras galáxias ao redor, mas os detalhes desse processo ainda são um mistério.
Com telescópios mais avançados, como o Square Kilometer Array, que está em desenvolvimento, os cientistas esperam encontrar mais jatos semelhantes e entender melhor como essas estruturas exóticas surgem e moldam o universo.
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Fonte: Adaptado de Gizmodo e The Astrophysical Journal Letters